domingo, 6 de setembro de 2009

Mato Grosso começa a sentir o efeito do monopólio da Monsanto


Plantadores de soja do MT tornaram-se reféns da Monsanto, diz produtor



Agricultores do Mato Grosso querem adotar medidas judiciais contra a Monsanto. Eles contestam a forma de cobrança do royalty sobre o uso da soja transgênica da multinacional. A Monsanto detém a patente da única variedade da semente transgênica permitida para comercialização no Brasil, a Roundup Ready (RR). Sua característica é ser tolerante ao herbicida Roundup – feito de glifosato, também produzido pela multinacional.

O presidente do Sindicato dos Produtores do município de Sinop (MT), Antonio Galvan, denunciou que a Monsato cobra até três vezes pela sua soja.

Segundo Galvan, além de determinar o pedágio a ser pago pela utilização da semente, a Monsanto define o quanto cada saca de semente deve produzir. Por exemplo, um quilo de semente tem que gerar, segundo a empresa, no máximo 74 quilos de soja colhida. Se for produzido mais, é cobrada pela Monsanto uma multa de 2% sobre a colheita.



Ainda, se for misturada a soja transgênica com outras variedades de produto, é necessário pagar o royalty por toda a produção, mesmo que parte dela não seja a soja RR.


Galvan disse que depois de plantar a soja da Monsanto, os produtores mato-grossenses se tornaram reféns da empresa.

“Somos, porque inclusive declaram [integrantes da Monsanto] abertamente que elas não vão mais investir em pesquisas de soja convencional. Então, eles vão trabalhar só em pesquisa de sojas RR, onde podem aplicar a tecnologia e cobrarem o que bem entenderem. Em pouco tempo, você não terá mais opção. Terá que plantar essa RR querendo ou não querendo.”

Apesar de ter liberado a RR, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) já havia alertado sobre o perigo da monopolização do mercado de sementes transgênicas no país.
Informações da Radioagência NP, Desirèe Luíse.


Não foi por falta de aviso, nada como o tempo...E o silêncio da mídia corporativa sobre o tema, já presente nas rodas do chamado agronegócio, é ensurdecedor.


FONTE: O PARTISAN

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